( ... ) incógnita

Por vezes penso o porque de tantas coisas que ocorrem na minha vida, o azar, a sorte, as amizades, o amor que não tenho, a alegria, a tristeza, o passado, o presente.
Temas, sentimentos que viajam na minha mente, onde os olhos e o coração são as peças mais frágeis que tenho no meu corpo, elas choram mas tanto riem.
Apertos do passado ainda tocam cá dentro mas tento que isso não continue a acontecer mas quando estou mais em baixo vêem.
Tento sorrir, busco aquelas cores que tive à tempos atrás, tento recortar as lágrimas e por a minha face corada e com cara feliz, bem tento, por vezes a tarefa é cumprida mas num fechar de olhos tudo gira, tudo muda, tudo volta.
Sou feliz admito, mas sinto-me vazia. Falta algo, uma peça de um puzzle, mas que peça? ela não existe, foi roubada do meu jogo, fiquei incompleta.
Tenho tudo mas nem tudo me mete feliz.
Nada é igual ao que era  muito tempo atrás.
Há dias que me apetece agarrar nas minhas coisas e desaparecer, mandar-me ao mar, esconder-me em algum lugar, nalgum canto.
Sinto saudades de certas e determinadas coisas, há sentimentos que não consigo explicar, há em recordações tudo aquilo que outrora foi.
Nasceu, Aconteceu, Morreu, mas as marcas ficaram.
O apoio dos amigos foi fundamental para voltar ao mundo, voltar a crescer pé ante pé, aprendi novamente, como se fosse um bebé em fase de crescimento.
Tive mãos, tive abraços, tive feridas saradas mas mesmo assim, não sorria.
O meu olhar dizia tudo, valia por mil palavras.
Nunca me tinha sentido assim alguma vez, é algo que nem eu mesma sei explicar porque é a primeira vez que estou assim. Sei também que nunca mais sentirei o que sinto por outro alguém.
Amor é sofrimento, amor é lindo quando aparece, quando existe, mas é a coisa mais ruim que há nesta vida quando ele acaba. Machuca a pessoa, faz-a cometer loucuras e falo por mim mesma, já cometi loucuras que nunca pensei em vir comete-las após o amor ter acabado, fiquei abalada, só restos de mim ficou.
Pensa-se que tudo é para sempre, mas não dura até lá. Os problemas aparecem, as complicações surgem.
Tudo se vai e só o pó fica.
Ás vezes quando ando pela rua, acompanhada ou só, vejo casais, e sinto tantas saudades, porque no passado era eu que fazia-os inveja e agora é o contrario, é duro ver, é duro imaginar que já tive aquilo mas que agora não tenho, olho p'ra todos os lados e parece que não pertenço a este mundo, que sou outro ser de um planeta distante.
É duro continuar com o coração a bater por alguém que já não existe, por um amor que já se foi mas que a esperança ainda há mesmo sabendo que outro alguém existe, é tão confuso porque não se sabe para que caminho percorrer no meio da floresta, temos medo de nos perder mas talvez é o que irá acontecer, perder no meio do bosque sem ninguém para nos vir salvar e ouvir risos a nosso redor gozando connosco e pondo-nos a chorar.
O Sol não brilha mais neste momento, como a chuva congelou e não caí. O Mundo petrificou e marcas de mim ficou.
Será que o "homem da magia" me voltará a dar magia num futuro? Ou apenas a magia teve o seu prazo? O seu stock?
O tempo talvez o dirá, mas o meu pensamento e o meu coração já dizem essa resposta, e não era aquilo que eu queria.
Porque é que o meu sentimento cresce mesmo que não estejas comigo? Será que o teu cresce como o meu? Ou já desapareceu ao longo deste tempo?
Perguntas pelas quais não tenho resposta.
És aquilo que eu sempre quis, mas que agora és apenas recordação, não me pertences.
Tentei mesmo depois de tudo morrer que tudo voltasse mas nada valeu, ainda piorou, outro alguém se aproximou e te conquistou.
Já nada resta de mim para ti. És dela e eu sou apenas... alguém que outrora foi, um ser imperfeito.
Resta continuar num mundo onde não devia ter nascido, a sofrer e a fazer os mais próximos felizes. É o que o destino me reservou. É simplesmente o meu papel.
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