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já não sei mais como me hei-de exprimir em relação a tudo, parece que o azar bateu-me à porta e deixei-o entrar sem me ter pedido licença. por vezes sinto-me só pelo mundo, sinto-me em baixo, sinto-me como se a minha vida fosse um grão que um dia vai sem mais demora. por vezes nem sei que caminho possa seguir, nem alternativas existem. as pegadas deformam-se com a água. ficam desfocadas. desaparecem. como o ar, é escasso. são as lágrimas que escorrem pela minha face, são as minhas linhas borradas, é o querer e nunca conseguir, conseguir que tudo mude. o animo para as coisas é demasiado pequeno, e nada há, nada existe para que seja " um demasiado grande ". o mundo não me dá as paginas coloridas para que possa colar numa parte do meu coração, e no meu corpo. bem tento , tento dar-me por completo às mínimas coisas que o mundo me trás mas nada me vale. é o pensar em fazer o bem, mas até o pé na argola meto sem querer. bem lá no fundo, sei que não sou nada. nem uma folha escrita de alguém consigo ser. as partidas doem cá dentro, e depois vêm as saudades profundas. cada vez mais existe a dor insuportável, a dor que nunca se consegue apagar. são as discussões e ninguém compreender. ninguém compreender e ver o meu eu, o " eu" cá de dentro. necessito de um abraço bem quente. necessito de tudo. desejo, mas sei que ao desejar nada se concretiza. é apenas uma vida repleta de cinzas onde não há construção precisa. estarei eu longe de tudo? ou são as coisas que se afastam de mim simplesmente?, já é difícil de acreditar que isto seja uma vida. acreditar que engolir tudo é a melhor solução para todos os efeitos. e os sentimentos? o que são feitos desses pequenos inocentes que todos nós temos bem cá dentro?, os meus são profundos, mas, sabem por vezes atraiçoar-me. eu amo, sei amar e sou amada, é verdade. não me queixo, mas existem também os restantes valores. sinto-me perdida com tanta desgraça, com tanta mágoa. preciso sair desta jaula, desta prisão. quero ser livre, sentir-me livre. quero que esta tortura passe de uma vez por todas, quero o mundo como o tinha de inicio. consegues dar-me-o? ando tão sobrecarregada (...)

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