a minha heroína .

Posso dizer que ao longo de todo o tempo desde que eu existo, só houve uma heroína na minha vida e ainda hoje me orgulho. Não está presente na realidade mas está constantemente no meu coração e na minha cabeça, pois será ai que ela viverá para sempre. Não a esquecerei por nada deste mundo, porque pessoas como essas, nunca devem ser esquecidas mas sim, sempre relembradas. A minha heroína é a minha avó e porquê? Porque esta avó é daquelas que dizemos que são únicas e como destas não há igual. Deixou de ser avó, passou a ser mais que irmã e até mais que uma mãe. Se sou o que sou hoje, foi graças a ela, pois cresci e aprendi com ela todas as lições que a vida trás ao longo do tempo, foi com ela que pude fazer as maiores desgraças e as maiores brincadeiras. Aprendi a ler melhor, aprendi a escrever com todos aqueles ditados que me fazia. Lembro-me também de todas as batotas que compunha para ela perder e eu sempre ganhar. Chegou a limpar-me lágrimas, chegou a deitar-me e até esperar que eu adormecesse contando-me histórias dos contos de fadas, proporcionou-me os maiores sorrisos e ofereceu-me diversos momentos que até hoje fazem parte da minha vida e já lá vão oito anos. Parece que foi tudo ontem, é tão real que ainda parece que estou a vive-los. Ainda hoje dou graças por ela ter deixado tudo, até de trabalhar para tomar conta de mim e chegar a dar-me uma educação que até hoje, nunca a desprendi e cada vez, vejo que as palavras sábias foram mesmo as dela. São essas palavras sábias que nunca perderam o seu significado nem nunca o perderão. Às vezes olho para aquelas fotos que todos nós temos das nossas famílias, mesmo que hoje esse nome não se adeqúe e ao pensar, até custa saber que mesmo no leito da sua morte, a primeira pessoa que ela pensou e chamou foi o meu nome, foi a sua “ neta querida “ como ela intitulava. Doeu-me enfrentar o estado em que ela estava na altura, mas doeu ainda mais quando a notícia foi-me dada. Senti que aquela heroína da minha vida, a quem eu chamava de avó e até de mãe, me tinha deixado e sempre pedi que não a levassem, mas a vida é mesmo assim, todos nós nascemos, mas também morremos e há que aceitar. Eu demorei a aceitar, e acho que mesmo cá no fundo ainda não aceitei esse facto. Sinto saudades dela e não minto. Se pudesse voltaria atrás, sem pudor e sem demora, pois acho que em todos nós, grande parte, gostaria de voltar à infância e eu não me importava de voltar novamente, nem que fosse por um dia. E assim mais uma vez digo, a minha única heroína é ela devido ao que ela foi para mim e por todas as coisas que ela me facultou ao longo da minha vida. É ela e mais ninguém.


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